Em 2014, o Dia Internacional da Educação na Prisão foi criado para assinalar o 25º aniversário da adoção do Conselho da Europa de um conjunto de recomendações que definem as necessidades e responsabilidades relativas à educação das pessoas detidas na Europa, a 13 de Outubro de 1989. O dia é uma importante oportunidade para realçar os benefícios da educação na prisão, considerar as barreiras e refletir sobre a melhor forma de a promover.
Fonte: https://uil.unesco.org/13-october-international-day-education-prisons
Como parte do projeto Corrections Careers, perguntámos a centenas de guardas-prisionais nas prisões da Turquia, Roménia, Alemanha, Itália e Portugal quais eram as suas necessidades em termos de educação e formação. A nossa investigação não é estatisticamente representativa destes países, mas oferece um retrato da carreira de um funcionário prisional europeu: queríamos perceber se uma boa formação corresponde a níveis elevados de envolvimento na carreira e a um interesse real no trabalho de reabilitação que os agentes da linha da frente fazem – dia e noite – ao mudar vidas. As respostas tanto confirmaram a falta de oportunidades de formação e aprendizagem para os colaboradores prisional, como nos deram uma visão interessante sobre como e quando podemos chegar às autoridades para garantir que recrutamos e mantemos pessoas empenhadas no seu papel de modo a contribuir para sociedades mais seguras e mais inclusivas:
- Independentemente para onde os guardas-prisionais fforam orientados para oportunidades de formação, eles sentiam que compreendiam melhor a filosofia das prisões.
- Quando as prisões proporcionam “boa motivação”, como bom salário e férias, os colaboradores também têm maior tendência de sentir que recebem formação suficiente para fazer bem o seu trabalho.
- Se os inquiridos recebessem orientação profissional durante a formação básica de que o trabalho na prisão é “uma carreira”, era mais provável que eles identifiquem oportunidades de liderança e sintam que têm a formação adequada para realizar o seu trabalho.
- Quando os colaboradores em cargos de administração se mostram dispostos a frequentar formações e a aprender, é mais provável que as oportunidades de carreira sejam promovidas fora da prisão (ou talvez porque as oportunidades de emprego são promovidas fora da prisão, é mais provável que o pessoal de cargos de administração abrace a formação profissional).
- Os lideres de guardas-prisionais são ligeiramente menos propensos a pensar no seu trabalho como uma ‘missão pública’, mas sim como uma ‘carreira’.
- Os guardas-prisionais que consideraram que o seu salário não era suficiente, eram um pouco mais propensos a pensar no seu trabalho como uma missão que beneficia a sociedade.
- Os guardas-prisionais integrados recentemente na prisão, eram menos propensos de procurar oportunidades de carreira ou mesmo de saber se a prisão fornecia informações e conselhos sobre educação e formação.
- Os inquiridos eram ligeiramente menos propensos a dizer aos seus conhecidos que trabalhavam na prisão se eles sentissem que não estavam a receber formação suficiente.
- Eles não tinham boas férias, bons salários, nem outras motivações extrínsecas para o trabalho.
- As prisões em que trabalham não promovem oportunidades de trabalho fora da prisão.
Abaixo pode ver algumas citações de guardas-prisionais
“Ninguém tem realmente uma ideia do que este trabalho implica, por isso recebemos candidatos de certa forma ‘inadequados'”.
“Precisamos de formar melhor os jovens colegas e de lhes dar mais orientação”.
“Lido diariamente com reclusos com doenças mentais: os nossos cursos de formação não tendem a preparar-nos para isto”.
“Todos os dias eu sou mãe, pai, bombeiro, padre, psicólogo…”